Avaliar é “o ato de coletar informações quantitativas e/ou qualitativas e permitir a interpretação dessa informação com base em referências previamente definidas” (GUEDES; GUEDES, 2006).
A avaliação física é essencial no trabalho do Profissional de Educação Física. Deve ser ampla e sistemática, sendo fundamental a avaliação pré-participação (CONFEF, 2015). Através dela é possível reunir elementos para fundamentar a decisão sobre o tipo de exercício, modalidades e demais procedimentos a serem adotados para a prescrição de exercícios físicos (ROSA; PROFICE, 2019).
Condições clínicas, tais como obesidade, hipertensão, síndrome metabólica, diabetes, sarcopenia, baixa resistência muscular, flexibilidade, funcionalidade geral do indivíduo, devem ser avaliadas durante a aplicação de um protocolo de avaliação física. A avaliação física criteriosa, pré-participação, pode diminuir os riscos à saúde dos indivíduos (CARVALHO et al., 2000). A avaliação física colabora, ainda, com a identificação das potencialidades e dos limites de cada indivíduo com relação à prática de exercício físico (NAHAS, 2017). Com isso, percebe-se a relevância da avaliação pré-participação e do preparo do profissional de saúde.
De maneira geral uma avaliação física é composta dos seguintes testes:
1. Anamnese (pode ser composta por várias escalas e testes de rastreio) - A anamnese é uma entrevista onde o avaliador busca conhecer os:
- As condições de saúde do indivíduo;
- Hábitos gerais do avaliado;
- Experiência com atividade física;
- Histórico de cirurgias realizadas;
- Lesões musculares ou articulares que deixaram alguma sequela;
- Uso de medicação;
- Qualidade de sono;
Fatores emocionais, como estresse e ansiedade.
Tendo assim um perfil mais completo do avaliado, para definir um plano de treinamento personalizado para a realidade dele.
2. Antropometria - A avaliação antropométrica tem como objetivo coletar dados relacionados a composição corporal, como: Peso; Altura; IMC (índice de massa corpórea).
3. Composição Corporal - Método de Bioimpedância. Avaliação rápida do percentual de gordura por meio da passagem de uma corrente eletromagnética pelo corpo do avaliado. A avaliação permite conhecer a distribuição de gordura corporal, massa muscular, gordura visceral, entre outros parâmetros.
4. Teste de funcionalidade de força
Teste de sentar e levantar - objetivo: avaliar a força e resistência dos membros inferiores. O teste de sentar e levantar consiste em sentar e levantar completamente o maior número de vezes possível em 30 segundos.
Teste de força de preensão palmar - objetivo: é usado para mensurar a força dos músculos da mão e do antebraço, e também avaliar as condições físicas dos membros superiores. Tem importante utilidade como indicador de funcionalidade.
Timed up and go (TUG) teste - objetivo: avaliação da mobilidade, da velocidade e do equilíbrio dinâmico, possui uma associação significativa com o risco de quedas.
5. Avaliação da Flexibilidade - objetivo: identificar possíveis grupamentos musculares encurtados que podem gerar alterações posturais e em padrões de movimentos que pode ocasionar dores articulares. Uma boa flexibilidade está associada a maiores amplitudes de movimento, que auxiliam na hipertrofia muscular.
6. Avaliação do Equilíbrio Estático Teste de Bohannon - objetivo: capacidade de manter-se em posição unipodal sobre a perna de apoio num tempo máximo de 30 segundos.
A importância da reavaliação física periódica
Recomenda-se fazer avaliação física de forma periódica em um intervalo de, no máximo, 3 meses. Desta forma o profissional consegue examinar: a eficácia dos programas de treinamento; comparar o desenvolvimento do avaliado; enxergar os pontos onde houve uma melhor evolução; outros pontos que não evoluíram como o esperado; desenvolver novos programas de treinamento; e estabelecer novos objetivos de treinamento.
Fabiane Brauner de Oliveira,
Mestre em Gerontologia Biomédica, PUCRS.
Referências:
CARVALHO, T. et al. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: atividade física e saúde na mulher. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 6, n. 6, p. 215–220, 2000.
CONFEF. A importância da Avaliação Física de qualidade. Conef, v. 56, p. 22–23, 2015.
GUEDES, Dartagnan Pinto; GUEDES, Joana Elisabete Ribeiro Pinto. Manual prático para avaliação em educação física. Barueri: Manole, 2006.
NAHAS, M. V. Atividade Física , Saúde Qualidade de Vida. Florianópolis,2017.
ROSA, C. D.; PROFICE, C. C. Avaliação em saúde antes da prática de exercícios físicos. Conexões, v.
17, p. e019014, 2019.